Transferência e pagamento pelo WhatsApp
O WhatsApp está permitindo desde de segunda-feira (15 junho) que as pessoas mandem dinheiro para amigos ou parentes e paguem produtos de empresas sem sair do aplicativo.
O Brasil é o primeiro a receber o novo recurso.
Mas nos termos, a empresa esclarece que as transferências destinadas a pessoas não podem estar relacionadas a atividades como jogos de azar, jogos de habilidade, loterias, sorteios ou esportes fantásticos.
Nesse caso, o Facebook oferece sanções que podem ser graves para o usuário.
Inicialmente, serão aceitos apenas cartões de débito ou crédito do Banco do Brasil, Nubank e Sicredi, ambos com Visa e Mastercard. A processadora das transações será a Cielo. A novidade do WhatsApp começou a ser lançada no (15 junho para um seleto grupo de pessoas, que recebeu uma atualização. Outros usuários devem ter acesso ao recurso nas próximas semanas. Quando isso acontecer, a opção "pagamento" será incluída no menu de ações - ela é acionada clicando no sinal "+" nos iPhones e no clipe nos Androids.
A plataforma de pagamento cobrirá todos os aplicativos do império Mark Zuckerberg, que inclui WhatsApp, Facebook e Instagram, e dará contornos mais bem definidos para o que pode ser a primeira fonte consistente de receita do WhatsApp. Esta é também a estreia no Brasil do Facebook Pay, carteira virtual do Facebook e Messenger lançada em novembro do ano passado nos Estados Unidos.
Segundo a Tilt, o lançamento do sistema de pagamento WhatsApp está atrasado e deveria ter acontecido no final de 2019, mas a negociação com os bancos foi além do esperado. As negociações estão avançadas com Bradesco, Itaú e Santander, que devem ser incorporadas em até três meses. Também há negociações com o Banco Inter e a Elo, o que seria uma opção da Cielo.
A ferramenta foi testada na Índia e deveria ter sido lançada lá antes de desembarcar no Brasil, mas havia uma pendência com o governo indiano que adiou o anúncio - o que deve acontecer nas próximas semanas. Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp, contou a história que a empresa busca um método de pagamento digital há dois anos. O foco inicial é ajudar as pequenas empresas a expandir seus negócios, e nisso o Brasil é um mercado importante.
Ele sinalizou que, em breve, outros aplicativos como Instagram e Facebook também poderão ser usados no país para envio de dinheiro e os usuários poderão utilizar as mesmas informações financeiras já incluídas no cadastro do WhatsApp. Essa estratégia foi anunciada em 2019 por Zuckerberg, que pretende integrar seus aplicativos o máximo possível, a ponto de um usuário poder usar o WhatsApp para enviar mensagens para outras pessoas no Instagram.
Transações suspensas?
Embora neste momento apenas cartões de crédito e débito sejam aceitos pela plataforma, o Facebook indica que outras formas de pagamento podem ser aceitas. De acordo com seus termos, a plataforma pode fazer transferências e pagamentos por meio de vale-presentes, bilhetes pré-pagos ou até mesmo optar por ter o dinheiro transferido debitado na conta do celular.
As transferências de pessoal não podem:
- ser feito por menores;
- ser explorado por empresas: o uso corporativo ou comercial deve ser feito apenas pelo WhatsApp Business. Se encontrar alguma violação da regra, o Facebook pode desfazer ou pausar a transação sem notificar o usuário;
- estar relacionado a atividades proibidas, como armas, munições ou explosivos e jogos de azar, jogos de habilidade, loterias, sorteios ou esportes de fantasia. Nesse caso, o Facebook é ainda mais difícil. Além de suspender a transação e congelar os fundos, você também pode desativar a conta totalmente e até mesmo relatar a ação às autoridades.
Traslados gratuitos entre pessoas
Os interessados em pagar produtos, enviar ou receber dinheiro pelo WhatsApp terão que cadastrar um cartão de débito ou crédito em um dos bancos parceiros. Antes de começar a usar a ferramenta, o usuário deve aceitar seis termos: termos de pagamento e política de privacidade do WhatsApp, termos de pagamento e política de privacidade do Facebook, e termos de pagamento e aviso de privacidade da Cielo.
Em seguida, uma senha numérica é criada para o Facebook Pay (pode ser usada uma impressão digital). É esse código, chamado de PIN, que será usado para autorizar as transferências de dinheiro dentro do aplicativo, e não a senha usada para operar a conta bancária.
O envio de dinheiro entre duas pessoas será gratuito, mas para garantir que esta modalidade não seja utilizada pelas empresas existem restrições:
- Somente cartões de débito serão aceitos;
- Podem ser enviados até R $ 1.000 (US $ 195) por transação;
- Uma única pessoa pode receber 20 transações por dia;
- Haverá um limite de R $ 5.000 (US $ 980) por mês.
- Empreendedores vão pagar impostos
O Facebook cobrará uma taxa de 3,99% sobre o valor da transação dos empresários que usam contas do WhatsApp Business. As taxas cobradas por outros serviços são mais baixas. Fora do aplicativo, a taxa de desconto da Cielo é de 2,39% (débito) e 4,99% (crédito). Os da Getnet variam entre 1,95% (débito) e 3,09% (crédito) e os da Rede, do Itaú, variam de 1,99% (débito) a 3,49% (crédito).
Para usar o recurso, os comerciantes precisarão habilitar suas contas para receber pagamentos por vendas feitas por meio do aplicativo. O processo é muito parecido com o dos usuários, mas o empresário precisa aceitar os termos de serviço do estabelecimento, o contrato de vendedor do Facebook e o contrato de credenciamento da Cielo. Com a assinatura desse último acordo, os empresários concordam em criar uma conta Cielo.
Privacidade e segurança
De acordo com o Idema, o Facebook não acessará ou acompanhará as transferências financeiras. Isso será feito pelos bancos, como fazem em qualquer transação com cartão de débito.